Dessa vez escrevo não para falar especificamente de arquitetura, mas de uma boa iniciativa que envolve esse tema em acessibilidade.
Em julho de 2010 foi lançado em Salvador-BA o Guia de Acessibilidade e Cidadania, como uma iniciativa pioneira da ONG Vida Brasil em parceria com o Governo do Estado da Bahia, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-BA) e a instituição francesa Handicap Internacional.
(A imagem acima possui um degradê da cor laranja (parte superior) para o verde claro (parte inferior). Do lado esquerdo está escrito Guia (primeira linha) de Acessibilidade e Cidadania (segunda linha) de Salvador (terceira linha) na cor verde escuro. Do lado direito aparece uma ilustração de um casal de costas e abraçados. O homem em pé, vestido de camiseta e bermuda e a mulher, sentada na cadeira de rodas. Ambos olham na direção do horizonte. )
O Guia contém informações e dicas sobre locais e suas condições de visitação a todas as pessoas, mas tem como foco as pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção. O Guia apresenta desde locais para lazer (restaurantes, shoppings, parques, praças, teatros, museus) até locais de prestação de serviços públicos. O principal objetivo do Guia é "fornecer, prioritariamente, às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida e entidades da área opções variadas de serviços e lazer que possuam alguma preocupação com a acessibilidade".
Segundo a ONG Vida Brasil responsável pela elaboração do Guia: "a proposta desta publicação não é afirmar que Salvador é acessível. No entanto, existem algumas iniciativas na promoção da acessibilidade que devem ser destacadas, não só como forma de valorização destes espaços, mas, principalmente, para apresentá-las às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. São espaços que mesmo sem condições de acessibilidade total apresentam uma possibilidade de uso (em alguns casos é preciso contar com ajuda),sem colocar a dignidade e a segurança do usuário em cheque."
O Guia oferece informações desde como chegar no local (ônibus, local específico para estacionamento), horário de funcionamento, além de descritos as condições de calçadas, o nivelamento do piso, existência de rampas de acesso, o tipo de piso até chegar ao acesso principal, existência de sinalização para pessoas com deficiência visual e sonora para surdos, presença de banheiros acessíveis, etc.
Enfim, depois de ter ficado chateada com o Guia de restaurantes do post anterior, agora encontrei um Guia que não só mostra um símbolo de acessibilidade relacionado a um restaurante, mas descreve as especificidades de 218 locais da cidade.
Para elaboração do guia, foi formada uma equipe de profissionais das áreas de arquitetura e comunicação, além de estudantes dessas duas áreas e pessoas com deficiência. As experiências pessoais dessas pessoas foi bastante relevante na avaliação dos espaços. A pesquisa foi iniciada no ano de 2007, e os locais reavaliados em 2009 para a publicação do material.
As cidades que não tem um projeto como esse estão atrasadas em torno de 04 anos em relação à Salvador... mas ainda há tempo, porque boas iniciativas devem sim ser copiadas!

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