Quando a gente começa a pesquisar e estudar mais sobre um determinado assunto, é fato que muitas coisas relacionadas começem a surgir bem na sua frente.
No meu caso, estudando arquitetura de interiores e acessibilidade, não poderia deixar de olhar com outros olhos para um público também específico: os idosos.
Você já parou para pensar que situações cotidianas podem acabar passando despercebidas e, por esta razão, acabarem se tornando dificuldades na rotina dessas pessoas?
Estudos científicos mostram que o nosso cérebro apresenta, dentre várias, duas regiões bem específicas para o tratamento das informações, onde nessas zonas são tratados, basicamente, dois tipos de ações: as ações conscientes e as ações inconscientes.
Resumindo bastante o significado dessa afirmação, após uma ação ser repetida várias vezes na zona de ações conscientes o cérebro passa a identificar aquele ato como uma ação inconsciente. É como se aquilo já tivesse sido repetido tantas vezes que passa a ser considerado uma atividade "automática".
Mas porque estamos abordando este assunto num artigo sobre idosos?
Bem, sabemos que as pessoas idosas passam a ter hábitos bem definidos e agem muito por ações cotidianas e repetidas, especialmente nesta fase de suas vidas. Normalmente eles passam a ter horário para acordar e dormir, para realizar as refeições, não perdem a programação de TV favorita e também resistem ao máximo a serem limitados de realizar qualquer tarefa às quais estejam bem habituados a desenvolver.
Então, juntando todas essas informações às preocupações básicas com segurança e manutenção da saúde dos idosos em suas residências, vamos abordar os cuidados relevantes para os lares das pessoas idosas.
1. Iluminação
Uma iluminação eficiente nos ambientes garante maior conforto e autonomia aos idosos, pois terão mais segurança em realizar suas tarefas, além de reduzir os riscos de queda. É importante ressaltar que, com o passar da idade, um dos sentidos mais prejudicados ao ser humano é a visão. Estudos revelam que aos 60 anos os nossos olhos começam a apresentar diferenças relevantes, necessitando de um maior nível de iluminação para continuar enxergando como antes.
2. Circulações amplas
O excesso de móveis pode prejudicar na circulação entre os ambientes e tornar os deslocamentos mais inseguros. A disposição do mobiliário deve garantir a locomoção sem que os idosos esbarrem nas peças. Móveis muito leves ou com rodízios devem ser evitados, pois em uma situação de queda, o idoso pode tentar se apoiar num desses e acabar se acidentando. Peças mais fixas e firmemente encostadas nas paredes garantem uma segurança maior nestes casos. É importante observar os percursos de maior frequência na residência e deixá-los o mais livre possível de obstáculos.
3. Uso de tapetes
Os tapetes devem ser evitados e, quando utilizados, serem firmemente fixados ao piso. O uso de fitas dupla-face de alta colagem podem ser uma boa opção, mas evitem ao máximo peças com pelos/felpas altas ou que geram rugosidades/ondulações altas em relação ao piso. As pessoas idosas tendem a caminhar arrastando os pés, devido à perda de tônus muscular relacionada à idade, podendo tropeçar e até cair tentando circular sobre os tapetes.
4. Altura dos principais assentos
Bacia sanitária, cama, a poltrona favorita, todos esses assentos utilizados com maior frequência devem ser considerados a uma altura que garanta o menor esforço ao sentar e levantar. Utilizando alguns parâmetros da Norma Brasileira de Acessibilidade - NBR 9050, estes assentos devem ter 46cm de altura, em relação ao piso, ou o mais próximo possível disso. Entenda que o esforço de se abaixar demais ou elevar seu corpo para alcançar um assento pode representar um grande risco de queda aos idosos.
5. Faixa de alcance manual
Também sobre evitar esforços que possibilitem eventuais quedas, é impotante considerar os objetos de maior uso em uma faixa de alcance confortável e segura para as pessoas idosas. Falta de força física, diminuição do equilíbrio e redução da visão podem contribuir para os acidentes em tentativas de alcançar peças em armários altos, por exemplo. Considerando o parâmetro ergonômico da NBR 9050 para faixa de alcance manual confortável, podemos utilizar a altura de 1,35m como a maior possibilidade de colocar os objetos de uso frequente nas residências dos idosos.
6. Banheiros
Evitar o uso de cerâmicas ou porcelanatos polidos e escorregadios é indispensável, mas se não é possível trocar este revestimento, tapetes com ventosas de alta aderência podem ajudar bastante. Boxes de vidro não são indicados, devido ao grande risco de queda durante o banho. Uma cortina bem charmosa pode ser a solução. Barras de apoio dentro do boxe e próximo à bacia sanitária e ao lavatório são indispensáveis para garantir segurança no uso dessas peças. E não esqueçam de manter o suporte para toalha de banho dentro ou bem próximo ao boxe, evitando assim que saiam molhados do banho e aumente o risco de acidente. Um banquinho bem firme na hora do banho pode ajudar também a lavar e enxugar partes do corpo que exigem um esforço maior, caso permaneçam em pé.
Gostaram das dicas? Espero que ajude especialmente a todos os familiares e cuidadores dos idosos, essas pessoas tão importantes em nossas vidas (ou ao menos deveriam ser!).
Cuidar também é demonstrar amor. Amem mais os idosos ao seu redor e pratiquem sempre a paciência, pois isso é fundamental para mantê-los felizes e saudáveis!
Se gostou desse conteúdo aproveita e assiste o vídeo sobre o mesmo assunto no nosso canal do Youtube 6 dicas importantes para as residências dos Idosos
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