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Uma semana em São Paulo em busca de Acessibilidade

  Semana passada estive na terra da garoa, participando do Curso Acessibilidade na Prática, ministrado pelas arquitetas Carolina Fomin, Thaís Frota e Mariana Alves, na foto abaixo.
(Na foto acima, da esquerda para direita: Mariana Alves, Carolina Fomin e Thaís Frota. Acima delas uma projeção na parede de um dos slides da aula, mostrando ao centro o símbolo internacional de acessibilidade em meio a círculos coloridos e uma frase logo abaixo disso onde está escrito: Tipos de Deficiência.)

  Foram quatro dias de aulas e, como diz o nome do curso, pudemos viver a prática dos projetos de acessibilidade, após um breve resumo do conteúdo teórico. Este baseado na nossa bem conhecida norma de acessibilidade, a NBR 9050.
(A foto acima mostra ao centro as pessoas que participaram da turma da tarde do curso e nas pontas, do lado esquerdo de vestido floral azul Thaís Frota, e do outro lado, de vestido roxo Carolina Fomin.)

  Aproveitei os dias fora de Recife para fazer alguns passeios e conhecer o que há de acessibilidade em São Paulo. Nessa postagem falarei primeiro da melhor experiência, que infelizmente não é permitido o uso de máquinas fotográficas no local, o Museu do Futebol. Este é considerado um dos mais acessíveis do Brasil, e realmente fiquei encantada com o que vi...
(A foto mostra o Estádio Municipal do Pacaembu em seu acesso principal. No primeiro plano da foto estão carros estacionados e uma placa que diz: Museu do Futebol. Ao lado da placa, em outro plano mais atrás, estou eu de braços levantados).

   Logo na entrada principal, Rafaela (minha colega de turma curitibana e parceira de passeios) lembrou que poderíamos solicitar o audioguia. Esse equipamento é muito importante para auxiliar cegos ao longo do percurso da exposição, e serviu muito bem para nós que não estávamos acompanhadas de um guia do local. O aparelho era como um walktalk e a cada ambiente nós teclávamos o número correspondente e podíamos ouvir a explicação do que acontecia na sala. 
(Na foto acima: Rafaela à esquerda e eu à direita. Estamos entre dois pilares e apoiadas em um peitoril. Ao fundo e entre os pilares a praça de acesso ao Estádio do Pacaembu)
  
   Trata-se de um museu bastante sensorial, com muito som, imagens, vibrações e alta tecnologia. E o mais interessante é que podemos interagir com tudo isso. 
   Os percursos são livres de barreiras arquitetônicas e existem sempre três opções de circulação vertical: escada convencional, escada rolante e elevador/plataforma. As salas apresentam informações em legendas e sinalização em braille, além de sinalização tátil no piso. Pudemos manusear algumas maquetes do estádio (o museu foi instalado no subsolo do Estádio Municipal do Pacaembu) e miniaturas de jogadores em posição de chute a gol e defesa, como o goleiro. Esses "bonecos" são utilizados por cegos que nunca tiveram contato com futebol e assim podem conhecer essas posições de jogadas.
   Na sala que homenageia Pelé e Garrincha existem os rostos deles esculpidos em relevo em um material como pedra e podemos sentir as feições desses jogadores. Muito bom fechar os olhos e sentir o tato mais aguçado... recomendo a experiência com todos os artifícios sensoriais do museu.
   E, como não poderia ser diferente, fiquei o tempo inteiro imaginando repetir esse passeio com meu tio Mano, que estaria apto a circular livremente pelo museu em sua cadeira de rodas. A minha parceira de passeio e curso Rafaela ficou de levar seu pai, também cadeirante, no dia seguinte à exposição. Vamos aguardar algum comentário dela nessa postagem para sabermos como foi a experiência com ele. Bem, local para estacionar não é o problema, como vocês podem ver na foto abaixo.
(Na foto várias vagas reservadas para pessoas com deficiência que aparecem em segundo plano na imagem entre pilares que estão em primeiro plano).
   Aguardem nova postagem sobre mais passeios em São Paulo...

Comentários

Rafaela Almeida disse…
Realmente foi ótimo!
Levei meu pai e meu namorado no museu do futebol e eles adoraram... foi bem legal. Muitas vezes temos que pensar na programação que faremos quando estamos com ele, pois as vezes o lugar tem acessibilidade, em sua maioria, mas em alguns lugares há restrições...
O museu não. Meu pai amou e sentiu-se super bem, pegamos o audio-guia e ficamos o maior tempão lá! Nem vimos a hora passar... na hora de ir embora é que ficamos sabendo que caiu uma chuva brava em sp. Nós estávamos entretidos e nao vimos nada...
Recomendo a experiência!
Beijo Bá!

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