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Acessibilidade = sensibilidade

   Resolvi começar a escrever pelo assunto que mais me interessa no momento: acessibilidade. Não apenas porque o tema está "na moda", mas porque mexe bastante comigo. 
   A maioria das passoas tem conhecimento das leis e normas que regulamentam o assunto. Mas será que essas pessoas estão sensíveis a ele?
   Ontem estive na Sé de Olinda-PE, ponto turístico bastante visitado na cidade, inclusive para quem está visitando Recife-PE (cidades vizinhas). Recentemente ouve uma reforma no local, acredito que a última etapa da requalificação urbana que se iniciou com obras nas ruas e calçadas, tornando-as acessíveis. Algumas coisas me chamaram bastante atenção no passeio...
   A área de maior utilização pelos usuários, onde ficam distribuídas barracas de tapioca, acarajé e afins, agora está em um nível abaixo do nível da calçada. Para isso, foram criadas rampas no dois lado de acesso com inclinação aparentemente adequada (não tive como medir na hora pra ter certeza) e sinalização tátil de alerta no início e no fim. Porém... em um dos lados as barracas estão posicionadas bloqueando a rampa, ao longo do piso tátil... talvez que organizou o layout tenha entendido que aquela linha de bolinhas serve para delimitar o espaço das barracas. Dessa forma, o cadeirante fica limitado a apenas um acesso e um cego tem que tentar encontrar uma saída em meio a barracas, baldes de lixo e fogareiros. 
   Calma, não para por ai. Antes as lojinhas de artesanato ficavam localizadas do outro lado da rua, como casinhas mesmo. Agora foi criado um local apropriado para elas, como um mini-shopping de artesanato, com as lojinhas enfileiradas de cada lado, uma circulação central bem agradável e, ao fundo, uma vista maravilhosa da cidade (aos que não conhecem o local, a Sé de Olinda-PE é bem no alto, e tem uma vista privilegiada que alcança até a cidade de Recife-PE). E qual seria o problema nisso? O problema é que para chegar nesse mini-shopping de artesanatos, é necessário descer uma escadaria de uns 20 degraus; estes tem piso estreito (para os que tem o pé maior do que o padrão, só na ponta dos pés, como bailarina) e corrimão alto, com diâmetro certamente maior do que o recomendado pela norma (a NBR9050 - Norma de Acessibilidade regulamenta, entre várias coisas, os corrimãos, que devem ter diâmetro entre 3,0cm e 4,5cm).
   Achei o passeio bem interessante... inclusive porque estava com minha vozinha, com 81 anos de idade. Ela quis muito ir às lojinhas, mas tivemos que ajudar a apoiá-la na escadaria acessível...
   Segundo a mesma norma mencionada anteriormente:
- acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com 
segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos. 
- acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, 
acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo 
acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação. 
   Interessante, não? É interessante mesmo viver em um país onde as leis estão para serem implantadas, mas não aplicadas...

Comentários

Baby

Que bom que teremos parte de seus conhecimentos expostos aqui.

tenho certeza que será,como já o é,de muita valia e aprendizado a todos os muitos leitores que terás.


Deus abençoe
Rosana Penna disse…
Minha linda, vou te seguir, sim! Adoro arquitetura e Acessibilidade, só se sabe a real necessidade quem precisa. Rosana Penna
Unknown disse…
Filhota, fico muito feliz e orgulhosa pela causa que vc abraçou. Nunca desista de lutar por uma minoria excluída, porém com direito a uma vida com abundância como prometeu a TODOS, o Senhor Jesus (Jo 10:10). Que o seu blog seja mais um canal de bençãos na vida das pessoas.
Te amo, bjus.
Lucyana disse…
Adorei a iniciativa Cerejita, rs! Podexá que irei passar por aqui sempre! Hehe. Beijinho!
DuDa disse…
Amiga!!! So estou sabendo desse seu blog agora!!! Mto legal! :) To te seguindo! Bjo

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